Ao menos 13 dos 61 viajantes que chegaram à Holanda com Covid-19 estão com a variante ômicron, potencialmente mais transmissível que as anteriores. De acordo com o governo holandês, o número pode ser maior, mas testes ainda estão em execução.
Os passageiros estavam entre cerca de 600 que chegaram a Amsterdã na última sexta-feira (26), em dois voos vindos da África do Sul, um dos países em que também já há casos confirmados do novo mutante.
Foi em laboratórios sul-africanos que a ômicron foi sequenciada pela primeira vez, o que não quer dizer que a variante tenha surgido lá. As amostras mais antigas em que ela apareceu até agora foram coletadas em Botsuana, também no sul do continente africano.
O alerta de uma nova variante não só mais transmissível mas também com potencial para escapar da imunidade fornecida pelas atuais vacinas foi dado pela primeira vez na terça-feira (23), por cientistas especializados em genética.
Na quinta-feira (25), o governo da África do Sul fez um aviso oficial, detonando uma onda de suspensão de voos e novos sequenciamentos pelo mundo.
Até as 10h (horário do Brasil) deste domingo, já havia casos confirmados em ao menos 8 países europeus: Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda, Áustria, Dinamarca e República Tcheca.
Segundo cientistas, o sequenciamento da ômicron já era esperado, uma vez que a variante deve ter se espalhado antes de ter sido identificada pela primeira vez.
Eles afirmam que restrições a viagens podem no máximo atrasar a chegada da ômicron, e medidas de vigilância e prevenção devem ser reforçadas, enquanto se aguardam evidências sobre o impacto da nova variante -os estudos ainda podem levar algumas semanas.
O caso identificado na Áustria neste domingo é de um paciente do Tirol, que também voltou da África do Sul, na última semana. O país já havia decretado um novo confinamento para combater uma forte quarta onda de novos casos de Covid, que afeta vários países europeus há mais de um mês.
Na Dinamarca, foram relatados dois casos com mutações compatíveis com a da ômicron, que ainda aguardam a conclusão dos testes de sequenciamento. Ambos vieram da África do Sul.
Os países têm anunciado casos “com grande probabilidade de ser ômicron” porque esse mutante se comporta de forma diferente dos outros em um dos testes PCR mais comumente usados, o que indica que há grande probabilidade de ser a variante.
A confirmação, porém, exige o sequenciamento genético, que mostra se o coronavírus detectado tem as mesmas mutações nos mesmos locais que a ômicron.
O Ministério da Saúde dinamarquês afirmou que países que monitoram intensivamente novas variantes tenderão a encontrar antes a nova cepa. Nos países europeus em que a ômicron já foi confirmada, pacientes e seus contatos estão sendo isolados, mesmo que já tenham sido completamente vacinados.
Também têm pedido a todos os que estiveram nos países do sul da África nas últimas duas semanas que façam novo teste PCR e se auto-isolem até receberem o resultado.
Fonte: O Tempo