Há um mês, o mineiro de Ipatinga (Minas Gerais), Bruno Menezes de Freitas, 19 anos, foi preso no Aeroporto Internacional do Panamá. Ele é suspeito de ter cometido um latrocínio na cidade de Filadélfia (Pensilvânia). Ele nega ter cometido o crime. A vítima, que era brasileiro, atuava como comparsa do criminoso.
De acordo com os investigadores, o homicídio cometido em outubro de 2022, foi consequência do crime originalmente pretendido, que era roubar a vítima.
Na Pensilvânia, apesar de vigorar uma moratória às execuções capitais (pena de morte), o latrocínio (felony murder) é automaticamente considerado homicídio de segundo grau (second degree murder), e recebe pena mandatória de prisão perpétua.
Os investigadores também afirmaram que no momento da prisão, o suspeito estava fugindo para o Brasil. Os Estados Unidos pediram a sua extradição ao governo do Panamá, e se isso acontecer, ele pode cumprir pena de prisão perpétua sem direito a condicional.
O CRIME
Até onde se sabe, o suspeito junto com outros dois homens, também brasileiros, tentaram assaltar um salão de cabelereiro na noite do dia 1º de outubro de 2022. Um deles atirou no cabelereiro e o outro não gostando do feito do companheiro, tentou tomar a sua arma. Durante a briga, um tiro foi disparado e atingiu o brasileiro que assaltava, Anderson Almeida, de 18 anos, que não sobreviveu. O cabelereiro atingido e ficou paraplégico.
No Brasil, o crime seria tipificado como latrocínio, ele teria que cumprir uma pena de 20 a 30 anos e pagar multa. Já na Pensilvânia, a classificação é de homicídio de segundo grau, cujos responsáveis são condenados à prisão perpétua automaticamente. Ele também pode responder por conspiração para cometer homicídio e porte ilegal de arma de fogo.
O caso assume contornos de potencial imbróglio judicial, visto que a aplicação da pena de prisão perpétua a condenados extraditados fere a Convenção Interamericana sobre Extradição da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O Ministério das Relações Internacionais do Panamá tem um prazo de 60 a 90 dias para julgar o pedido de extradição feito pelos Estados Unidos.
Informações de Brazilian Times