Argentino: paciente “misterioso” de hospital do ES é identificado

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Fim do mistério! Após repercussão do caso do paciente “sem nome” internado no Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), em Cariacica, depois de ser atropelado em Vila Velha, a família dele foi localizada, nesta sexta-feira (28). O homem se chama Ivan Pérez e é natural da Argentina.

O jornalista Filipe Chicarino, da comunicação do Heac, publicou nas redes sociais que a equipe já conseguiu fazer contato com a família e uma das irmãs de Ivan até fez chamada de vídeo para ver o parente.

“Estamos muito felizes. Agora nosso paciente tem nome, está identificado e respondendo cada vez melhor aos estímulos”, disse a psicóloga Mirella Vallandro dos Santos.

Em conversa com o produtor Pedro Ramos, da TV Gazeta, a irmã de Ivan disse que a família está fazendo todos os trâmites para vir ao Brasil e validar a identidade do irmão. A expectativa é que eles estejam aqui até terça-feira (2). “A reportagem foi ótima já que assim pudemos localizá-lo. Triste por seu estado (de saúde), mas graças a Deus ele está com vida”, disse Flavia.

Como história chegou até família

A psicóloga Mirella revelou que uma pessoa de São Paulo ficou sabendo da história, que viralizou nas redes sociais, e entrou em contato com o hospital. “A pessoa deu umas características próximas e a família fez contato conosco. Começamos a fazer umas perguntas e até o momento são identificações bem próximas: a família apresentou fotos das tatuagens dele, fizemos uma chamada de vídeo e a família disse reconhecer”, declarou, em entrevista ao repórter Álvaro Guaresqui, da TV Gazeta.

Durante a chamada de vídeo, a família ficou emocionada. “A família está radiante, emocionada, demonstrou interesse em estar vindo buscar o paciente, já quer saber de alta. Eles estão se integrando dos assuntos. Já o Ivan, devido ao acidente, não conseguimos mensurar a compreensão dele. Mas na hora que fomos até ele para dar as informações, ele abriu os olhos, trouxe uma expressão de agitação. Não podemos falar que é uma melhora dele, mas traz esperança”, ponderou a psicóloga.

Ivan Pérez, o paciente

Ivan Pérez, o paciente “misterioso” identificado após história viralizar. (Acervo familiar)

Quem também celebrou foi a assistente social Walquillia Pereira Calaça: “É nesse momento que você vê que vale a pena ser assistente social. É muito gratificante a gente saber que nosso trabalho não é em vão. A gente não imaginava que iria viralizar desta forma. A identidade de uma pessoa não tem preço, a gente tem que ter mesmo. Para nós foi muito angustiante ter que chegar e atender um paciente como ‘PNI (pessoa não identificada) masculino atropelamento’. O ser humano tem que ter um nome, uma idade, isso é importante para dignidade”.

Relembre o caso

O paciente “sem nome”, que não consegue falar, deu entrada na unidade após ser atropelado em Vila Velha. Os ferimentos foram graves. Sem documentos, os profissionais estavam tentando descobrir quem e de onde era o homem, que aparenta ter entre 30 e 35 anos. A única pista eram tatuagens que ele tem pelo corpo, com tema de ufologia — assuntos relacionados a objetos voadores não-identificados.

Tudo começou no dia 15 de março deste ano, quando o homem chegou ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/ 192). A vítima tinha sido atropelada por volta de 7h30, na Avenida Antônio Gil Veloso, na Praia da Costa, e deu entrada na unidade de saúde com politraumatismo, ou seja, lesões por todo o corpo.

De acordo com a Polícia Militar, no dia do acidente “o condutor do carro relatou que passava pela via, quando o homem atravessou inesperadamente a sua frente e não tendo tempo hábil para evitar o atropelamento. Ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo para o consumo de álcool”.

Como a vítima estava sem nenhum documento, a equipe do HEUE acionou a Polícia Civil e a digital dele foi coletada. Após passar por análise, descobriu-se que não havia registro dele no banco de dados aqui do Espírito Santo, ou seja, tudo indicava que ele não era do Estado.

Chegada ao Heac

No dia 13 de abril, o homem foi transferido para o Heac. “O motivo da internação dele no Heac é a alta complexidade social. O Heue é um hospital de alta complexidade, mas a referência dele é para trauma. Passando o quadro clínico do trauma que eles conseguiam resolver, eles transferem para outros hospitais de referência, que a gente também chama de suporte”, explicou Mirella Vallandro dos Santos, psicóloga do Hospital Estadual de Atenção Clínica.

Na unidade de saúde, ele vem recebendo os cuidados continuados. Ele teve traumatismo craniano, insuficiência respiratória e rebaixamento do nível de consciência. “Atualmente não faz nenhuma comunicação com a equipe (por sequela no traumatismo) e faz uso de sonda para se alimentar”, completou a psicóloga.

Busca pela identidade

Sem documentos e sem conseguir falar, assim que ele chegou ao Heac, a equipe de assistência social da unidade entrou em contato com os profissionais do HEUE, foi aí que descobriram que a digital dele já tinha sido coletada.

“Fomos até a Polícia Civil e eles nos informaram que, como não há registro dele no Espírito Santo, eles iriam notificar outros Estados, mas esse processo pode demorar”, detalhou a assistente social Walquillia Pereira Calaça.

Tatuagens

Pelo corpo, o paciente tem diversas tatuagens com o tema de ufologia. A equipe do hospital contava com essa característica para ajudar na identificação dele. São naves espaciais, ETs, e a inscrição “J.D.S.Tattoos”.

Ele estava sem documentos e a digital dele não consta no banco de dados da Polícia Civil do Espírito Santo; tatuagens podem auxiliar

Tatuagens são pistas que podem levar à identificação do paciente. (Filipe Chicarino)

“Nosso ponto de partida, depois da digital dele, são as tatugens, porque são bem específicas. Não são desenhos tão comuns. Já fizemos contato também com o pessoal que faz abordagem às pessoas em situação de rua de Vila Velha e Cariacica, mas ninguém o conhece”, disse Mirella.

Informações A Gazeta

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