Hospital de Bom Jesus do Galho é fechado em plena pandemia

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BOM JESUS DO GALHO – Na última quarta-feira (27), no mesmo dia em que Bom Jesus do Galho teve o primeiro resultado positivo para a Covid-19, a população do município recebeu a notícia do fechamento da Unidade Hospitalar Aminas), administrado pelo IMS – Instituto Mineiro de Saúde. 

O ato se deu por ordem judicial, resultado de uma ação movida pelo ex-gestor da unidade pela retomada do prédio.

O Hospital de Bom Jesus, que estava inativo há mais de um ano, foi reaberto há dois meses pela gestão municipal, por meio de Decreto, que previa a utilização do espaço por 180 dias prorrogáveis de acordo com as necessidades do município. Segundo o Decreto, no Hospital, seriam atendidos os casos de baixa e médica complexidade da Covid.

A cessão da unidade para a população bonjesuense, segundo observa o prefeito William Batista de Calais, “encontrou resistência por parte do ex-gestor do Hospital desde o início, mesmo a ocupação tendo sido realizada segundo critérios legais estabelecidos pelo Decreto”. 

Por outro lado, conforme o chefe do Executivo, “o funcionamento do hospital, que já foi público, trouxe um alento para a comunidade, por reforçar a rede municipal de assistência de saúde no enfrentamento da situação de emergência pública causada pelo coronavírus. Além do mais, enquanto tantas cidades constroem hospitais de campanha para atender os pacientes com Covid, a unidade hospitalar de Bom Jesus é fechada”.

Após a abertura do hospital, a vigilância sanitária do Estado de Minas Gerais inspecionou o prédio e emitiu um alvará de funcionamento da unidade.

Uma empresa foi contratada para a emissão de laudo de todos os equipamentos do Hospital. Como foram encontradas algumas avarias, como o gerador com defeito, carrinho de emergência danificado, os aparelhos foram consertados. A manutenção dos equipamentos estava a cargo de duas funcionárias.

Logo após a ocupação do Hospital pela gestão municipal, o prédio também passou por reparos, “um processo de adequação para receber pacientes infectados pelo coronavírus”, explica a secretária de saúde, Neuricéia Martins (Neurinha). Ainda segundo ela, “a reestruturação do espaço foi feita em tempo hábil, com o propósito de se evitar demora no atendimento de pacientes que viessem a adoecer com a Covid-19.”

O advogado e assessor jurídico do município, Valdinei Bernardo, sublinha que o Hospital de Bom Jesus seria uma retaguarda para o atendimento dos casos de Covid. “A estrutura que o município possui é insuficiente, e com o aporte dos cerca de 50 leitos que o hospital possui, teríamos como fazer um atendimento mais adequado para a população. O hospital foi preparado para o enfrentamento da Covid-19”. 

Em relação à administração da unidade hospitalar para ofertar os serviços necessários à população, o advogado explica que contaria com o apoio financeiro do Estado e da União.

Desde a sua reabertura, o Hospital vinha atendendo, diariamente, cerca de 30 pacientes.

COVID

A pessoa infectada pelo coronavírus em Bom Jesus do Galho é uma senhora de 44 anos, residente em Revés do Belém, e que sofre enfisema pulmonar, o que motivou a internação da paciente por 17 dias. No hospital, ela testou positivo para a Covid. 

Segundo o último boletim da Secretaria Municipal de Saúde, emitido hoje (28), em Bom Jesus do Galho são 52 notificações, 1 pessoa testada positiva para Covid, 31 pessoas em isolamento e sendo monitoradas por profissionais da saúde do município, 9 pessoas negativas para Covid e 195 liberadas de quarentena.

Mesmo antes da confirmação do caso positivo da Covid-19, profissionais da saúde já vinham se empenhando em campanhas de enfrentamento ao coronavírus. “Sem acesso a testes, atendemos vários pacientes apenas considerando sintomas, como problemas respiratórios, alguns que evoluíram para pneumonia. Monitoramos pacientes, casos suspeitos, que já superaram a marca de 100 em algumas semanas”, comenta a secretária de saúde, Neuricéia.

Ela enfatiza que, pela grande extensão territorial do município, tem sido muito desafiador acompanhar os casos suspeitos de contaminação e fiscalizar pessoas vindas de grandes capitais para a zona rural. “Em uma única passagem de uma pessoa com Covid pela cidade, isolamos 15 outras pessoas, com as quais o doente fez contato”, recorda Neuricéia, acrescentando que “a cada dia mais sua equipe de saúde ficava mais apreensiva, por sentir que os casos de Covid-19 tendem a aumentar muito rapidamente, levando-se em conta o avanço da doença em cidades bem próximas de Bom Jesus e a facilidade de disseminação do coronavírus”.

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