GOIÁS – A gravação foi feita em 2022 e postada nas redes sociais. O vídeo ganhou repercussão. Nas imagens, um homem negro aparece com as mãos, pés e pescoço acorrentados. O responsável pela filmagem do vídeo e postagem, um médico da cidade de Goiás, diz “aí oh, falei para ele estudar e não quer. Vai ficar na minha senzala”.
Na época dos fatos, o médico informou que era uma “brincadeira”, e que “foi pego de surpresa com a repercussão”. Afirmou também que estava “arrependido” e “envergonhado”. O homem acorrentado era seu caseiro na fazenda.
O caso foi investigado pela Polícia Civil (PC), que indiciou o médico por racismo em março de 2022. Na segunda-feira (26/11), a juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, condenou o médico a pagar uma indenização R$ 300 mil, que será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas. “Trata-se de um vídeo absolutamente criminoso, evidenciando o crime de racismo contra uma pessoa negra, com apetrechos utilizados na época da escravidão, motivo porque não há que se falar que foi uma brincadeira, em razão de ser crime o racismo recreativo”, escreveu na decisão. “No presente caso, é notório que toda a população negra foi ofendida, de modo que a indenização não se restringe à esfera individual, mas à toda coletividade, o que gera o dever de indenizar em danos morais coletivos”, finalizou.
Informações e reprodução de vídeo da TV Super Canal

