Um médico identificado pelas iniciais J.G.C.F. está sendo acusado pela ex-companheira de estuprar os filhos gêmeos de 7 anos de idade do casal. A denúncia foi registrada no dia 1º de novembro de 2024 na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Teresina, e o caso segue em investigação.
A DENÚNCIA
Segundo o boletim de ocorrência, as vítimas, um menino e uma menina, relataram os episódios de violência durante sessões de acompanhamento psicológico. Os abusos teriam ocorrido dentro da residência da família, em um condomínio localizado na Zona Sul de Teresina.
Além da denúncia por abuso sexual, J.G. já havia sido indiciado no início deste ano por crimes cometidos contra a ex-companheira. Segundo a delegada Valéria Cristina, ele já responde por violência doméstica, injúria, violência psicológica e estelionato.
A mãe das vítimas relatou que o homem passou a adotar um comportamento agressivo dentro de casa e, nos fins de semana, chegava a trancá-la com os filhos no apartamento onde moravam.
“Fez um verdadeiro terrorismo. Tirou tudo meu e das crianças e nos trancava dentro de casa”, relatou. Os filhos, que têm autismo e TDAH, mal conseguiam se expressar naquela época.
No dia 13 de setembro de 2024, ele saiu de casa sem dar qualquer explicação. “Quando eu e os meninos chegamos no fim do dia, ele já tinha levado tudo dele”, disse.
Foi apenas após o abandono, durante sessões com as psicólogas que atendem as crianças, que os relatos dos abusos começaram a surgir. “Foi feito o Boletim os meninos foram ouvidos na justiça, em depoimento especial, e confirmaram as situações”, relatou a mulher.
SUSPENSÃO DE MEDICAMENTOS
A mãe relatou que o pai havia suspendido os medicamentos dos filhos por conta própria, alegando que eles não precisavam mais. Ela acredita que a intenção era manipular uma possível descoberta dos abusos.
A mulher afirmou ainda que o acusado impedia que as crianças mantivessem contato com outras pessoas fora de casa e que possui vídeos que provam os relatos dos filhos.
A mãe denuncia também que o acusado, mesmo sendo médico e com plenas condições financeiras, passou a usar manobras judiciais para evitar o cumprimento de suas responsabilidades.
Desde então, ela tem arcado sozinha com os cuidados dos filhos. As crianças estão fora da escola desde janeiro de 2025 porque o pai, responsável pelo pagamento da mensalidade, deixou de cumprir com o compromisso. A dívida com a instituição de ensino já ultrapassa os R$ 80 mil, conforme documentos apresentados pela advogada Raquel Dantas à reportagem.
De acordo com a mulher, ele também cortou o plano de saúde dos filhos, não tem colaborado com os trâmites judiciais e sequer responde às solicitações do processo. “O agressor é medico, tem plenas condições de manter o padrão de vida que as crianças sempre tiveram. Como represália, usa de várias artimanhas, fraude processual, para dizer que não tem nada e que é ‘coitadinho’ para não dar nada e tirar todos os direitos das crianças e meu”, disse.
A mãe das vítimas diz que já acionou o Judiciário pedindo providências, como o retorno das crianças à escola e a garantia de atendimento médico, mas não teve resposta.
Até o momento, a Justiça concedeu medida protetiva que abrange a mãe e os filhos.
O MeioNews tentou entrar em contato com o médico, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Fonte: MeioNews