Não é verdade que criança autista (ainda) precisa de doação de prato

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2021

Boato – Uma criança autista está precisando da doação de um prato da linha Termo Rey Gravatinha. O prato que ela tinha quebrou e ela não tem mais nenhum para se alimentar.

Já falamos muitas vezes aqui no Boatos.org que a internet é um ótimo espaço para ações solidárias. O grande problema é que, em alguns casos, informações incompletas podem acarretar em desinformação e, inclusive, dão margem para oportunistas. É o caso da história de hoje, que começa com um pedido real, mas que virou boato.

De acordo com mensagens que estão inundando o WhatsApp e redes sociais como o Facebook, Instagram e Twitter, uma mãe está precisando de uma doação de um prato para seu filho autista. A mensagem aponta que o garoto só se alimenta por meio deste prato e que o último que as pessoas tinham quebrou.

Nas imagens que circulam com o pedido, há uma foto de um prato de porcelana da linha Termo Rey Gravatinha com as bordas de cor laranja. Algumas das mensagens que circulam online e apontam para o pedido:

Versão 1: Alguém tem um prato desse em casa, é pra uma criança autista que só comia em um prato desse e quebrou e agora não esta se alimentando, caso alguém possa ajudar, chamar no pv para entrarmos em contato com a mãe para entregar

Versão 

2: Alguém tem um prato desse, ou conhece quem tem? tem um menino da Apae autista, só come neste prato e o último dele quebrou.. está 3 dias sem comer… Versão 3: Ajuda! Uma criança autista só come com esse prato e infelizmente quebrou o último de sua casa, ela não quer mais se alimentar.

Criança autista precisa de doação de prato Termo Rey para se alimentar?

Sabemos que uma história como essa é completamente factível e que, inclusive, tudo aponta para um pedido que começou real. Porém, a informação que aponta que ainda é necessária a doação em questão não procede.

Já falamos algumas vezes no Boatos.org de “pedidos” que surgem na internet e que, mesmo após serem atendidos continuam circulando. Isso ocorre normalmente porque as mensagens de pedido não cumprem alguns requisitos mínimos para que a informação fique completa.

Se o pedido do tal prato tivesse, de forma clara, com o nome completo da pessoa que está precisando da ajuda, a região que ela mora e um número de contato (ou perfil ou e-mail) para que a doação seja feita, seria muito mais difícil que o “copia e cola” da informação se transformasse em uma bola de neve.

Isso já ocorreu em outros casos aqui no Boatos.org. Há exemplos de denúncias de crianças desaparecidas que continuaram circulando mesmo após elas serem encontradas, de idosos perdidos que continuaram circulando mesmo depois da família encontrada ou mesmo de crimes horrendos mesmo depois dos culpados serem presos.

Como as mensagens (como vimos em nossos levantamentos) foram publicadas de forma vaga, vimos versões da história relativas a São Paulo (a cidade), algumas cidades do interior de São Paulo, cidades do Paraná, do Rio de Janeiro e mensagens sem nenhuma referência geográfica (o que dá a entender que o caso se passa na cidade da pessoa que está lendo o conteúdo).

Ao buscar, por meio da plataforma Crowd Tangle, pelas primeiras publicações relacionadas à mensagem, achamos postagens referências à São Paulo. E aí está a questão: as primeiras pessoas que fizeram a publicação já informaram por meio de redes sociais que a mãe já conseguiu o tal prato e que não é mais necessário fazer a doação.

Informações: Boatos.org

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