A professora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Integração, em Uberaba, que foi flagrada jogando água com um balde em uma criança autista, foi afastada de forma preventiva. A informação foi divulgada pela Prefeitura na noite desta terça-feira (20).
Na segunda (19), um vídeo que mostra a funcionária derramando a água no menino circulou nas redes sociais. A mulher foi levada à delegacia pela Polícia Militar (PM) para prestar esclarecimentos. Relembre o caso mais abaixo.
Afastamento
Segundo informado pela Prefeitura em comunicado à imprensa, o secretário de Educação, Celso Neto, esteve na creche e prestou apoio à família do aluno. O Município também declarou que “tomou as medidas administrativas cabíveis e afastou a profissional de apoio de forma preventiva”.
Ainda conforme o comunicado, a mulher também será notificada sobre os fatos ocorridos para que possa se manifestar dentro do prazo definido pela legislação.
Ações de orientação aos profissionais da creche também foram realizadas nesta terça com o apoio de psicólogos, assistentes sociais e assessoria pedagógica.
Segundo a Polícia Militar, o vídeofoi gravado por uma testemunha que contou que ouviu por vários dias um choro vindo da creche, que parecia ser sempre da mesma criança. A professora disse para a PM que o menino estava em crise e que estava dando banho nele para acalmá-lo.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para saber se o caso é apurado, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
Relato dos pais
O pai contou aos militares que buscou o filho na escola, mas ficou sabendo só depois do caso, quando a ex-mulher, mãe do menino, mostrou para ele o vídeo. Em seguida, ele voltou para o Cemei e mostrou o vídeo para a diretora, que prometeu averiguar o ocorrido.
O homem disse que, por diversas vezes, o filho chegou da escola com alguns hematomas pelo corpo, sendo que a maioria era descrita em um relatório, porém, às vezes, havia mais do que o registrado.
A mãe explicou que ficou sabendo da situação após a testemunha que gravou o vídeo procurá-la para mostrar as imagens.
Segundo ela, é comum o menino sair da creche “bastante nervoso, irritado e com hematomas”. A mulher completou que, devido ao autismo, o filho apresenta crises nervosas e que, para acalmá-lo, o abraça e dá um banho quente – informação que foi repassada para as funcionárias do Cemei.
Relato da profissional
À PM, a professora que aparece no vídeo disse que o menino é muito nervoso e agressivo e que, diversas vezes, fica machucada durante as crises dele, mas que “nunca ou em hipótese alguma faria algo para machucá-lo”.
Sobre o ocorrido, ela relatou que o menino estava bastante agitado e, no momento de dormir, estava em crise e se recusou a deitar.
A professora disse que tentou deitar com ele, mas não conseguiu e, durante esse processo, ele acabou urinando. A profissional foi procurar roupas na bolsa dele, mas não encontrou.
A funcionária afirmou que levou o menino para a área externa do Cemei para dar banho nele e acalmá-lo. Ela explicou que não dá banho nele no banheiro, pois tem medo que ele quebre o vidro do box e fique ferido de forma mais grave.
O que diz a diretora
A diretora disse que, na segunda-feira, o remédio do menino não foi dado no horário certo, pois não havia medicamento na mochila dele.
O pai afirmou que se esqueceu de deixar em um primeiro momento, mas voltou mais tarde, após ser solicitado, para deixar o remédio.
Para a PM, a diretora ainda contou que há vários casos de crianças com autismo na unidade e que o menino envolvido da história tem o caso mais severo.
Além disso, ela firmou que sempre avisa os pais em caso de crises e tira fotos para registrar os hematomas.
Informações do G1