Vulcão associado a possível tsunami no Brasil entra em erupção

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O vulcão Cumbre Vieja, localizado nas Ilhas Canárias (Espanha), na costa da África, entrou em erupção neste domingo (19), após dias de intensa vigilância devido à atividade sísmica na região.

Segundo veículos da imprensa espanhola, a erupção é de pequeno porte e teve início por volta das 11h12 no horário de Brasília (15h12 no horário local). 

Apesar do nível considerado baixo de atividade, as autoridades evacuaram moradores de áreas mais próximas ao vulcão e seguem pedindo aos residentes e turistas que tenham “extrema cautela” e evitem utilizar as estradas que passam pela região. Foram instalados cinco abrigos que estão sendo utilizados como ponto de encontro e de refúgio para os atingidos.

Devido à situação, o presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, adiou a viagem prevista para a participação na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (Estados Unidos), e se deslocará até La Palma para acompanhar os trabalhos, segundo informou o governo espanhol.

O Brasil corre riscos?

Mesmo antes da erupção, especialistas já previam que as chances de se formar um tsunami capaz de chegar ao Brasil seriam muito remotas.

Depois que o nível de alerta foi alterado para amarelo pelas autoridades espanholas, houve a preocupação de que uma eventual erupção poderia ser catastrófica o bastante para provocar um tsunami que poderia atingir a costa do Brasil. Contudo, especialistas da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) afirmam que as chances de isso acontecer são baixas.

“Esse assunto foi discutido na mídia uns 20 ou 30 anos atrás, quando foi publicado um trabalho de geólogos americanos sobre a possibilidade de desabamento de uma parte da ilha provocar um tsunami no Brasil. Na época, a conclusão foi de que a probabilidade de que o deslizamento fosse suficientemente grande para provocar um tsunami perigoso era muito pequena”, explicou Marcelo Assumpção, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP).

Segundo Assumpção, para que um tsunami chegasse ao Brasil, a atividade vulcânica teria de ser excepcional a ponto de derrubar uma parte da Ilha, provocando um deslizamento gigantesco em direção ao mar. “Teoricamente, o tsunami poderia ser bem grande”, afirmou.

Assumpção ressaltou ainda que a atividade vulcânica nessa ilha é normal. “Os vulcões estão ativos nas Ilhas Canárias, e as erupções frequentemente são precedidas de um aumento de atividade sísmica”, explica.

O professor Aderson Nascimento, coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), reforçou que a possibilidade de o fenômeno ocorrer é muito baixa.

“A atividade vulcânica na região das Canárias é comum e é monitorada. Na região do Atlântico, não existe nenhum sistema de alerta de tsunami, porque o risco é baixíssimo para isso ocorrer”, disse o sismólogo.

“A probabilidade é muito pequena, até porque, para emitir um alerta de tsunami, é preciso saber qual foi terremoto, ou que tipo de fenômeno provocou o tsunami, para poder calcular com esse tsunami vai se propagar. E, tão importante quanto isso, é saber como essas ondas, de um eventual tsunami, vão chegar às costas dos países. No caso do Brasil, esse risco é muito pequeno”, reforçou.

Situação é monitorada

Desde o último sábado, o Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias registrou milhares de terremotos de baixa intensidade na área, até o nível 4 da escala Richter.

A última erupção do Cumbre Vieja ocorreu em 1971. O arquipélago espanhol das Ilhas Canárias teve sua última erupção em 2011, ocorrida debaixo d’água, na ilha de El Hierro.

Fonte: O Tempo

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